O segredo de lidar com pessoas diferentes no trabalho

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Um belo dia, o Pedro – que era Supervisor numa empresa – me perguntou: “Por que as pessoas têm que ser tão diferentes?”

Ele comentou que tinha visto um vídeo na internet sobre uns chineses marchando e disse que o sonho dele era chegar no trabalho e ver algo assim:

Mas quando chegava, lá a realidade era:

Ele disse: “Se já é difícil lidar com pessoas, imagine lidar com um monte de gente diferente. Eu tenho quase 30 pessoas no meu time, com interesses diferentes, e para piorar, parece que são sempre “do contra” e vivem para complicar nossa vida.”

Então expliquei que existia uma forma prática para lidar com essas diferenças. Falei sobre as fases que passamos no nosso desenvolvimento como seres humanos: bebês, crianças, adolescentes e adultos, que o segredo é entender que existem necessidades diferentes em cada fase e saber como lidar com elas.

Ele ficou muito curioso e começou a fazer perguntas de como fazer isso no trabalho. Contei que no SuperSupervisor (Programa de Formação de Supervisores), nós adotamos algumas regras práticas para lidar com as diferentes fases.

““Bebês” no trabalho? Quem são?” Pedro perguntou.

Eu disse que os bebês eram os novatos na empresa ou na função, nos três primeiros meses (período legal de experiência), que chamamos do período de integração.

E como cuidamos de Bebês?

Quando você cuida de bebês, tem que proteger, tem que dar comida, tem que trocar de roupa, tem que limpar as “cacas” que ele faz, tem que dar banho, tem que agasalhar e tomar cuidado para ele não cair da cama.

Como cuidamos dos nossos “Bebês” no trabalho?  No trabalho não é diferente. Nesta fase eles tem pouco conhecimento e habilidade, por isso, precisamos definir claramente o seu papel, suas responsabilidades, limites de autonomia (o que pode ou não pode fazer), e explicar as coisas em detalhes e com muita paciência.

Esses profissionais não podem ficar sozinhos, pois tem uma grande chance de errar, e assim precisam de supervisão constante. Quando eles, erram a “responsabilidade” é de quem está cuidando.

Você não vai dar uma bronca num bebê porque ele caiu da cama, né?  

Por outro lado, sob ponto de vista do comportamento, estão disponíveis para receber os cuidados e os ensinamentos.

“E quem são as “crianças” no trabalho?”, ele perguntou mais uma vez.

Expliquei que consideramos crianças os colaboradores à partir do momento que são efetivados, até que tenham 80% de domínio técnico (conhecimento e habilidade) da função. Durante esse período é que eles aprendem a trabalhar.

Como cuidamos de crianças? Quando você cuida de crianças já é um pouco diferente, tem que incentivar a fazer as coisas sozinhas, andar, comer, ir no banheiro, tomar banho e escovar os dentes. Mas tem que ficar de olho. Temos que estimular a fazer as coisas sozinhas, sabendo que vão errar no começo, mas temos que continuar incentivando.

Tem que continuar protegendo, tem coisas que não podemos deixar as crianças fazerem sozinhas, como atravessar a rua por exemplo, nesse caso tem que dar a mãozinha até ela aprender. Tem que ter paciência nessa fase.

Como cuidamos das nossas “crianças” no trabalho? Esta é a fase mais trabalhosa para os Supervisores, pois exige muita presença e empenho para ensinar e assegurar que realizem as tarefas de forma correta e com muito comprometimento.

É fundamental que se faça um planejamento para que eles evoluam nessa fase o mais rapidamente possível, pois nesse período, juntamente com os bebês, é que existe a maior possibilidade de erros que impactam diretamente nos resultados.

Quando lidamos com as “crianças”, as decisões são dos Supervisores, porém deve deixar claro os limites de autonomia, que serão expandidos conforme o profissional vai ganhando experiência.

“Quem são os “adolescentes” no trabalho?”, Pedro disse, curioso para saber.

Falei que os adolescentes são os profissionais que já dominam 80% da função (conhecimento e habilidade). O fator que mais pesa aqui é o emocional, pois não são mais crianças e ainda não são adultos.

Como lidamos com os adolescentes? Quando você se relaciona com adolescentes é importante entender que é uma fase complicada de transição entre os privilégios da infância e as responsabilidades dos adultos. Nosso papel é dar apoio para facilitar essa passagem.

Como lidamos com nossos “adolescentes” no trabalho?

Uma característica marcante nessa fase de transição é a insegurança pelo medo de errar, fazer escolhas e tomar decisões, gerando falta de iniciativa e de proatividade, apesar do “quase” total domínio da função.

É muito provável que esse comportamento foi adquirido quando eram “bebês” ou “crianças” e erraram, daí foram advertidos de forma indevida e agora se recusam a serem proativos e tomar decisões. Assim, se só fizer o que mandarem, poderão terceirizar a culpa e responsabilizar outras pessoas pelos erros.

Outro aspecto importante para os adolescentes é a auto-estima, pois é o momento de se posicionarem como adultos, daí a valorização e reconhecimento pelos Supervisores, são fundamentais para sua evolução, juntamente com o apoio emocional para superar essa etapa.

Daí eles vão amadurecendo até se transformarem em adultos.

“Quem são os “adultos” no trabalho?”  Pedro perguntou mais uma vez.

Expliquei que são os profissionais que tem total domínio técnico da função e são altamente comprometidos e engajados. São proativos e ajudam todos no dia a dia do trabalho, servindo como exemplo e referência.

Como nos relacionamos como adultos?

Daria para escrever um livro sobre esse assunto, mas destaco que num relacionamento adulto, as partes são cientes de seu papel e de suas responsabilidades, são preparados para enfrentar os desafios da vida e buscam liberdade e autonomia, em todos os momentos com respeito total. Cada um é comprometido com os objetivos da outra parte.

Como nos relacionamos com nossos “adultos” no trabalho?

Para os “adultos” é que os Supervisores irão DELEGAR responsabilidades, pois sabem que eles têm o conhecimento necessário e o comprometimento para garantir que tudo aconteça. Autonomia nas decisões é fator chave.

Eles são fundamentais para a obtenção dos RESULTADOS e atingimento das Metas, e dentro desse grupo estão aqueles que tem o perfil para futuramente assumir posições de liderança na empresa.

Mas não se engane, o grande desafio com estes profissionais é de mantê-los motivados para que continuem na empresa e aproveitem as futuras oportunidades, que certamente virão.

Daí concluí:

“Então Pedro, entendendo as necessidades, você poderá dar o suporte adequado em cada fase, se comunicando corretamente, dando o apoio necessário e exigindo na medida correta. Também é importante dar autonomia de acordo conforme seu desenvolvimento.”

Agora o desafio é transformar “bebês” em “adultos” no menor prazo, pois só assim você terá uma equipe de alto desempenho, que obtenha RESULTADOS significativos e atinjam as suas METAS.

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